Seminário sobre Gestão Hídrica lança projeto Águas do Algodoais que irá atender 50 famílias agricultoras
“Queremos a mudança. Deixar nossa semente plantada.” Há vida em torno do Complexo Suape e há mulheres agricultoras dispostas a mudar o cenário das famílias que moram nos Engenhos: Jasmim, Setúbal, Serraria e Algodoais. A fala de Creusa Aurino, do Conselho de Segurança Alimentar, do Cabo de Santo Agostinho explica a expressiva quantidade de mulheres presentes no seminário sobre Gestão Hídrica do Rio Algodoais realizado no dia 12 de março, no auditório do Complexo Suape.
A realização do seminário foi uma iniciativa da Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2 (CBNE2), em parceria com a Coca Cola Brasil, Solar Coca Cola e Complexo de Suape para apresentação do projeto Águas dos Algodoais que tem como objetivo a promoção da participação social contribuindo para conservação ambiental na região através da implementação de ações estratégicas nas áreas de Educação, Governança e Sustentabilidade Hídrica do Rio Algodoais.
O evento teve início com a fala do Assessor Regional de Segurança Alimentar e Nutricional da CBNE2, Germano Barros, que ressaltou a importância do encontro para promover a conscientização e ações em prol das famílias que residem em volta do Rio Algodoais. No local, agricultores(as), lideranças locais, representações de secretarias estaduais e municipais, Movimento Sem Terra (MST), Universidade Rural Federal de Pernambuco (UFRPE) puderam ouvir experiências sobre os sistemas agroflorestais e conhecer o novo projeto Águas dos Algodoais.
Dentre as ações do projeto Águas do Algodoais está o fortalecimento da governança participativa entre governos, iniciativa privada, sociedade civil e famílias, envolvidas nas ações de gestão e conservação ambiental do Rio Algodoais no município do Cabo de Santo Agostinho; a implementação de cinco sistemas agroflorestais (SAF’s) e contribuição com a preservação ambiental de 1.752,52 hectares, visando a produção de alimentos saudáveis, geração de renda para as famílias e conservação de nascentes nos engenhos do Rio Algodoais; e desenvolvimento de processos educativos nas escolas, comunidades e demais instituições públicas e privadas, sobre os cuidados com a água do Rio Algodoais para promoção da sensibilização ambiental da população como fortalecimento da gestão hídrica e contribuição para o desenvolvimento sustentável do Território de Suape.
“Estou muito esperançosa para que a minha família seja contemplada no projeto e assim utilizar esse sistema agroflorestal na área da minha casa. Vou poder plantar para consumo próprio ou até vender em uma feira de produtos orgânicos”, afirmou Lindalva Lindo, do Engenho Serraria. Em um outro momento, dois grupos foram divididos para construção de agendas, compromissos, ações e estratégias para implementação dos Sistemas Agroflorestais no território de Suape.
Ao final, um grande círculo humano foi formado na parte externa de Suape, simbolizando não apenas o encerramento do evento, mas também um compromisso coletivo com as comunidades que vivem às margens do Rio Algodoais. Este gesto representou a união de esforços e a solidariedade em prol da proteção e preservação desse importante recurso hídrico, reafirmando o compromisso de todos(as) os(as) participantes em trabalhar em conjunto para garantir um futuro sustentável e próspero para as famílias que dependem desse rio para sua subsistência.
