Os últimos anos foram inegavelmente significativos na história do Brasil, quando nos referimos às lutas que permitiram conquistas de direitos e, consequentemente, a diminuição das desigualdades sociais. Podemos reconhecer que esse processo consolidou-se a partir da inversão de prioridades que, no diálogo entre Estado, organizações não governamentais e sociedade civil, possibilitaram maior participação popular nas decisões e soluções mais apropriadas para os problemas socioeconômicos e políticos.

No entanto, por força de um sistema vigente que privilegia o lucro ao invés das pessoas, temos ainda muitas dificuldades a superar. Há muitos direitos, mesmo previstos em lei, ainda distantes daqueles que vivem nas periferias das grandes cidades e nos rincões do nosso país. É ainda possível colocar no contexto os efeitos das mudanças climáticas que estão gerando secas prolongadas, como a que acontece no Semiárido Brasileiro há cinco anos.

Além desse cenário de desigualdade, contrário à Constituição de 1988, que nos dá condição igual perante a lei, à justiça e aos bens materiais necessários à qualidade de vida, iniciativas diárias de alguns setores da sociedade, sobretudo os detentores do capital aliados a grupos políticos, tentam reduzir direitos já alcançados, como os essenciais relacionados à saúde, educação e trabalho.

Diante isso, em 2017, nós que fazemos a Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2, inspirados por profetas e mártires que acreditaram, resistiram e lutaram, reforçamos o nosso compromisso de unirmo-nos aos movimentos, grupos e pessoas que estão do e ao lado dos mais pobres, cumprindo mandado do Evangelho de Jesus Cristo, por nenhum direito a menos, colocando sempre a vida em primeiro lugar.