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Transição energética justa em foco

Transição energética justa em foco

CBNE2 participa de eventos que buscam a construção de um modelo justo e participativo de transição energética

Ocupar espaços de Incidência Política na luta por uma transição energética justa, que respeite as comunidades e preserve os bens comuns. Com este objetivo, a Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2 (CBNE2) participou, na semana passada, do Encontro “Transição Energética e os Impactos sobre a Natureza e os Territórios de Vida Comunitários no Sertão de Alagoas” e, no próximo dia 14, estará em Brasília, para compartilhar experiências no Seminário Transições Justas em Movimento.

Em Alagoas, o evento foi realizado na cidade de Delmiro Gouveia entre 29 de setembro e 01 de outubro e contou com a participação das populações locais, povos e comunidades tradicionais, organizações da sociedade civil, movimentos sociais, poder público e universidades. Estas diversas vozes se somaram para mostrar como a condução do processo de transição energética no Brasil tem acontecido de forma desregulada, atendendo interesses econômicos e deixando em segundo plano os impactos à vida humana e ao meio ambiente.

Alagoas é o único estado do Nordeste que ainda não tem usinas de energia renovável. “Este momento de compartilhamento de experiências é fundamental para apoiar a organização comunitária e evitar que se repitam os problemas que acontecem em outros estados”, afirma Daniel Lins, assessor jurídico e de Incidência Política da CBNE2.

A programação foi estruturada em palestras, painéis e rodas de diálogo, além de Grupos de Trabalho (GTs) sobre Segurança Hídrica; Convivência com o Semiárido; Contratos de Arrendamento Justos; e Povos e Comunidades Tradicionais.

O encontro, realizado no Campus Sertão da Universidade Federal de Alagoas – UFAL, também ajudou a fortalecer o Movimento de Atingidas e Atingidos pelas Renováveis – MAR, criado no mês de maio em evento realizado em Lagoa Seca (PB), com participação da CBNE2.

No Sertão de Alagoas, um dos gritos que ecoaram foi “O Sertão vai virar MAR”. Uma Referência, não à obra de Guimarães Rosa ou à canção popular interpretada pelo Trio Nordestino, mas ao recém criado Movimento dos Atingidos e Atingidas pelas Renováveis. Uma carta aberta, com os princípios e demandas do Movimento, foi lida e compartilhada durante o encontro.

LEIA AQUI A CARTA POLÍTICA DO MAR

No próximo dia 14, o assunto volta a ser objeto de debates no seminário nacional “Transições Justas em Movimento”. O evento é promovido pelo Instituto LacLima, que atua na área de políticas climáticas a partir do eixo jurídico. Será mais um espaço de escuta e diálogo com movimentos sociais, organizações da sociedade civil, academia e poder público sobre os caminhos para uma transição justa.

A Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2 foi convidada pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) do governo federal para participar do evento na Mesa 3: “Transição energética justa, para além do enfoque carbonocêntrico”. O CNDH esteve no ano passado em visita a parques eólicos de Pernambuco e da Paraíba, a partir de denúncias da CBNE2 e Comissão Pastoral da Terra (CPT), onde constatou diversos abusos nas relações das usinas com as comunidades e com a natureza.

“A partir de nossa atuação em Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, a CBNE2 tem acompanhado como o modelo de implantação de complexos de geração de energia renovável tem sido injusto com as comunidades e causado sérias violações de direitos socioambientais. Por isso, acreditamos no fortalecimento de iniciativas populares como forma de promover a construção de uma sociedade justa, solidária, fraterna, pautada no respeito à vida e no cuidado com a nossa Casa Comum”, ressalta Daniel.


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